Que tipo de material didático é pensado neste documento?
O material didático hoje vai além dos velhos livros e apostilas utilizados em atividades escolares. Como apontam Filatro e Cairo (2016), a própria definição de “material” remete a um objeto tangível, algo que perdeu o sentido com o advento do hipertexto e da internet, dando origem a objetos educacionais virtuais como livros digitais, aplicativos, simuladores e jogos.
A convergência das mídias também pesa também na preferência por um suporte digital, em detrimento das mídias analógicas. A mobilidade e a ubiquidade, citados por Mill e Yamaguchi (2016), propiciam várias formas de acesso e interação: desde um computador na biblioteca até na tela do smartphone, durante uma viagem.
Relacionado diretamente às pessoas com deficiência, visual, está a tecnologia assistiva (TA), descrita pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD/PR) como
(...) uma área do conhecimento, interdisciplinar, que envolve recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que visam promover a funcionalidade, relacionada com a atividade e a participação de pessoas com deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida, objetivando autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (SNPD, 2009).
Como exemplo de TA há o leitor de tela, software que permite ao usuário cego “ler” o texto exibido na tela através de um sintetizador de voz. Outra ferramenta assistiva utilizada na interação com interfaces em tela são os recursos de lupa e contraste, que possibilitam ao usuário com baixa visão aumentar o tamanho do texto exibido, bem como alterar o esquema de cores do sistema operacional para que torne mais legível a sua condição visual. A preferência por um material didático digital envolve, portanto, a possibilidade de interação com tais recursos, ao contrário do texto em suporte impresso. Pesa também fatores econômicos e logísticos, como custos com impressão e distribuição de livros.
Todavia, um material didático digital acessível deve propiciar ao estudante alternativas em outras mídias, atendendo aqueles que apresentam dificuldades para ler em tela, como alunos com fotofobia, bem como permitir reprodução outras mídias, como texto em Braille.